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sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Lucia di Lammermoor-Tombe degli avi miei

Estamos na cena final da Lucia,que apresenta a curiosidade da grande ária final pertencer ao tenor e não ao soprano, como era habitual até aquela altura. Donizetti escreve esta ópera numa altura em que os papéis de tenor estão progressivamente a ganhar importância.

O quadro começa com uma grande introdução, com as trompas como protagonistas e na qual o carácter tenebroso e ao mesmo tempo envolto em mistério, atinge um momento culminante.

Túmulo dos Ravenswood, nos arredores do castelo de Wolfs Crag .é ainda de noite, EdgardoLucia, só espera morrer ás mãos de Enrico, já não pensa em vingar seu pai, mas sim em extinguir consigo uma estirpe tão desventurada.

No recitativo com que começa “Tombe degli avi mei”, Edgardo diz o que acima referi, acrescentando que

Ah mulher ingrata
para seu júbilo
foi a noite curta
Enquanto eu me desfaço em pranto
Tu ris, exultas ao lado
Do feliz consorte
Tu no seio da alegria e eu no da morte

São as últimas palavras antes da entrada na ária propriamente dita (3.07)” Frapoco a mi ricovero”

Dentro em breve recolherei
a um ignorado sepulcro
Nem sequer uma piedosa lágrima
Sobre ele será vertida

Onde manifesta a clara intenção de se suicidar, terminando mais tarde a dizer

Não passes diante dele, oh barbara
ao lado do teu marido
respeita pelo menos as cinzas
de quem morre por ti
Não passes nunca esquece-o
Respeita ao menos quem morre por ti “

Canta o grande tenor catalão já falecido Alfredo Kraus, um espectáculo em Barcelona em 1988.



No segundo filme, sem imagem, com voz de Luciano Pavarotti, ouvindo-se toda a parte final da ópera.

Aproximam-se pessoas do cemitério onde está Edgardo, lamentado o que se passa no castelo, já que Lucia perdida a razão, não deixa de perguntar por ele, enquanto a morte se aproxima lentamente.



Edgardo, percebe então que se havia enganado acerca de Lucia, quando se ouve um toque a finados ao longe, enquanto Raimondo entra e lhe diz.

Dove corre sventurato ?
Ella in terra piú non é “

Conformando a morte de Lucia

Inicia então Edgardo a ária final “Tu que a Dio spiegasto l ali

Tu que a Deus abriste as asas
oh bela alma apaixonada
volve para mim aplacada
contigo se eleve quem te foi fiel
Ah se a ira dos mortais
Nos moveu uma guerra tão cruel
Se separados fomos na terra
Una-nos Deus no céu
Oh bela alma
Una-nos Deus no céu
Eu sigo-te”

Desembainhando a sua adaga, suicida-se.
Enquanto morre, canta basicamente a mesma ária ao mesmo tempo que Raimundo e o coro se lamentam dizendo

Que horror que horror
Oh! Tremendo e negro destino
Deus perdoa tanto horror”

A interpretação deste papel de Edgardo deve-se a José Carreras, aparentemente numa recita em Bregenz em 1982.




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