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quarta-feira, junho 27, 2007

La Bohème.10-Final 3º acto

Rodolfo pergunta-lhe então se é mesmo verdade que tudo tenha acabado, ela responde-lhe evocando recordações da vida passada entre ambos, num diálogo cheio de ternura.

Ela recorda o doce acordar da manhã ele a vida sonhadora, ela sorrindo diz-lhe que se acabaram os raspanetes e os ciúmes que ele interrompe dizendo-lhe que eram acalmados por um sorriso dela. Ela recorda a pungente amargura que ele remata que sendo um verdadeiro poeta rimava com candura.

Terminando dizendo os dois "Ficar sozinho no Inverno é coisa de morrer. Enquanto na Primavera, o sol é companheiro".

Entram Musetta e Marcelo, como sempre em discussão e em desafio, estabelecendo-se um clássico quarteto de diálogos cruzados, nessa altura discussão e ciúme , por outro lado amor e nostalgia por outro , "quando floresce a Primavera o sol é companheiro" dizem "tagarelam as fontes e brisa da noite cobre de bálsamos o sofrimento humano".

Enquanto os outros gritam "eu não faço de bobo aos principiantes ousados", e Musetta reclama "eu faço amor com quem quiser" e Marcello chama-lhe "frívola e casquilheira", continuando a trocar acusações "pintor de paredes", "víbora", "sapo", "bruxa".

Entretanto Mimi e Rodolfo decidem em grande enlevo que se deixarão apenas na estação das flores.

Luciano Pavarotti (Rodolfo),Lorenzo Saccomani (Marcello) e Lucia Popp (Musetta), juntam-se agora a Ileana Coturbas, no espectáculo de 1979, anteriormente referido.

Uma referência acerca das imagens finais do soberbo Scala e a recordação da cópia, o nosso picolo Scala, o Teatro S.Carlos

La Bohème-Donde lieta usci

Como disse anteriormente a tosse e os soluços revelaram a presença de Mimi, Rodolfo tenta levá-la para dentro do café por estar mais quente, mas Mimi recusa diz-lhe então que

Ficou feliz por ter correspondido ao grito de amor dele, mas que irá voltar ao solitário ninho e voltará a tecer flores, despede-se dele sem rancor "addio senza rancore".
As poucas coisas que tem deixou espalhadas, na gaveta dela encontram-se a aliança de ouro e o livro de orações, pede-lhe que embrulhe tudo num avental que ela mandará buscar.
Debaixo da almofada, está a touca cor-de-rosa, se ele quiser guarde-a como recordação de amor e despede-se dele dizendo de novo "addio senza rancore".

Foi Edison que disse numa carta em 1920 "os homens morrem, os governos mudam, mas as canções da Boheme viverão para sempre.

Angela Gheorghiu canta esta ária







sexta-feira, junho 22, 2007

La Bohème-Mimi é una civetta


O tenor mexicano Arturo Chacon-Cruz (Rodolfo) e o Barítono americano Mark Walters, cantam este dueto.

Rodolfo acorda e chama por Marcello, as primeiras palavras que diz ao sair da estalagem, são de que tenciona separar-se de Mimi, confessa a sua natureza ciumenta, e o amigo diz-lhe para ele mudar de atitude, pois dos loucos é o amor sombrio, que lágrimas destila, se não ri e brilha o amor é louco e fraco.

Chama-lhe lunático, maçador, teimoso e ciumento.

Rodolfo diz que ela é uma "civetta"que namorisca com todos, que se pavoneia e destapa o tornozelo com modos permissivos e lisonjeiros a um filho dum visconde.
Diz que a ama, sobre todas as coisas na terra,mas. mais do que tudo, mostra-se preocupado com o estado de saúde dela diz que ela está muito doente, cada dia declina mais e que está condenada, uma tosse terrível o fraco peito sacode.

Lamenta a sua impossibilidade financeira de cuidar de Mimi, diz que o quarto dele é um pardieiro, o lume apagado, o vento entra por todo o lado, porém ela canta e sorri , mas o remorso assalta-o por causa do fatal mal que a assalta.

Mimi escondida ouve tudo e vai lamentado a sua sorte, enquanto Marcello se comove e Rudolfo diz que ela é um flor delicada, mas para voltar a chamá-la à vida não basta o amor.

A tosse e os soluços violentos acabam por revelar a presença de Mimi.



domingo, junho 17, 2007

La Bohème-Speravo di trovarvi qui

Ao alvorecer numa manhã fria de Fevereiro, Os guardas da portagem mostram-se relutantes em abrir as portas aos vendedores e varredores.

A cena passa-se numa das portas de entrada de Paris, Os varredores gritam e batem com as vassouras nas cancelas, para que os guardas os deixem passar.

Vêm abrir a cancela e pouco depois passam uma leiteiras, aparecendo Mimi, que pergunta ao sargento onde fica a taberna onde trabalha um pintor e a seguir pede a uma criada, que entre para avisar Marcelo, que ela pretende falar-lhe.

Ele aparece e conta-lhe que estão ali há um mês a expensas do taberneiro, ele pinta e Musetta ensina canto aos clientes.

Mimi conta-lhe que Rudolfo consome-se por ciúmes infundados. mesmo á noite fingindo dormir sente os seus olhos e espiarem-na e pede ajuda a Marcello
.

Marcello conta-lhe que no caso dele de Musetta tudo é diferente amam-se com alegria, cantos e risos, "eis a flor de invariável amor", mas aconselha que no caso deles é melhor separarem-se .

Mimi entretanto tosse, explicando a Marcello que se sente exausta, mas este procura convencer Mimi a ir-se embora por forma a evitar mais uma cena de ciúmes.

Angela Gheorghiu canta o papel de Mimi e Franck Ferrari o de Marcelo





quinta-feira, junho 14, 2007

La Bohème-Chi I ha richiesto-Final do 2ºActo

O mesmo elenco continua o clip anterior.

Ouvem-se os acordes duma banda militar que se aproxima.
Musetta pede ao criado que adicione a despesa dos boémios à conta de Alcindoro.

O grupo de amigo sai de cena. seguindo atrás da fanfarra. O amante de Musetta, com os sapatos recém-comprados, chega mesmo a tempo do criado lhe apresentar a choruda factura.

quarta-feira, junho 13, 2007

La Boheme-Quando m en vou

O segundo acto tem por cenário uma praceta no Quartier Latin, em frente ao café Momus.É noite de Natal e uma multidão de pessoas passeia junto ao café, entre a algazarra de crianças e vendedores .

Schaunard compra um cachimbo e uma trompa, Colline uma samarra. Rudolfo entra com Mimi numa loja de modista e compra-lhe uma touca de rendas e contemplam um colar de colar numa joalharia. Colline, Schaunard e Marcello, sentam-se numa mesa em frente ao café. Rudolfo entra com Mimi e apresenta-a aos seus amigos.

Entretanto chega Parpignol o vendedor de brinquedos que faz as delicias dos miúdos. Mimi mostra a todos a nova touca o que entristece Marcello que se recorda das infidelidades da sua Musetta. Para desanuviar o ambiente propõem uma saúde.

Estas cenas de rua não se encontram documentadas, por não ter encontrado nenhuma gravação nas buscas que fiz, realmente sob o ponto de vista do canto, não acrescentam nada de importante contudo são bastante belas e movimentadas as passagens da ópera neste início do II acto.

O que vai seguir-se após a cena do brinde, é a entrada de Musetta acompanhada por um velho e rico admirador, Alcindoro a quem ela faz a vida negra.

Marcello descreve-a a Mimi, bastante impressionada com o espavento do vestido de Musetta, diz-lhe que o nome dela bem poderia ser Tentação e que é como a rosa dos ventos, sempre a mudar de direcção e de amante-um pássaro voraz cujo prato predilecto é o coração.

Rudolfo aproveita para prevenir Mimi de que é muito ciumento e que não lhe perdoaria a mais pequena traição.

Musetta canta a sua famosa canção em tempo de valsa (Quando m en vo) descrevendo a maneira como toda a gente olha para ela quando passeia pela ruas; tudo isto para grande irritação de Marcello e embaraço de Alcindoro a quem ela trata por Lulu.

Decidida a conquistar Marcello uma vez mais, queixa-se de forte dor num pé e obriga Alcindoro a ir comprar-lhe mais um para de sapatos.

Marcello vencido diz que a sua juventude ainda não morreu, que a memória ainda está fresca e cai nos braços de Musetta.

(Mimi) e Maria José O video foi cantado em 2006 no Teatro Colon, pelas sopranos Angela Maria BlasiSiri (Musetta), o tenor Massimiliano Pisapaia em Rudolfo e o barítono Gustavo Gilbert como Marcello.

terça-feira, junho 05, 2007

La Bohème-O soave fanciulla-Final do 1ºActo

Ouvem-se vozes impacientes, dos três amigos, chamando Rudolfo da rua. Ele responde-lhes que não está só e pede-lhes para irem andando para o café Momus, que ele lá irá ter.

Inicia-se então o primeiro dos duetos entre soprano e tenor (O soave fanciulla)
Em que Rudolfo lhe diz como é doce a face dela iluminada pelo luar, vislumbrando o sonho com que gostaria sempre de sonhar, ela responde-lhe que ele comanda, fazendo descer os seus doces carinhos até ao coração.

Rudolfo beija-a, mas ela afasta-o, lembrando-o que os amigos o esperam.Diz-lhe que vai com ele e com alguma malícia deixa no ar a hipótese de ficar com ele.

Ele pede-lhe o braço (Dammi il braccio mia piccina) e jurando o seu amor retiram-se.

A soprano romena Georghiu e o seu marido na vida real o tenor Roberto Alagna, cantam, numa gravação recolhida em Orange em 2005 o mesmo trecho.

Já li que Alagna é considerado o sucessor de Pavarotti, duvido que assim seja,a menos que estude muito.



domingo, junho 03, 2007

La Boheme-Si mi chiamano Mimi

É então a vez de Mimi se apresentar "Si mi chiamano Mimi, ma il mio nome é Lucia".

Diz que a sua história é breve.É bordadeira, tranquila e feliz, divertindo-se a representar lírios e rosas, gosta de coisas simples das coisas que falam do amor, da primavera, coisas que falam de sonhos e de quimeras, aquelas coisas que se chamam poesia.

Depois de ter perguntado a Rudolfo se ele a percebia, continua dizendo que vive sozinha, que nem sempre vai á missa, mas reza com frequência ao Senhor.

Porém quando chega o primeiro degelo, o primeiro sol é dela e o primeiro beijo de Abril também.

Acaba dizendo

"Rebenta uma rosa num vaso.
Folha a folha a espio
Tão gentil o perfume de uma flor
Mas as flores que eu faço infelizmente
não deitam cheiro"

Depois como que pedindo desculpa

"Mais não saberia que dizer-lhe, sou a sua vizinha
que o vem importunar fora de horas!

Mirella Freni para muitos (incluo-me nesse número) a melhor Mimi de sempre, canta num espectáculo em Hamburgo em 1973)

Para ver clicar aqui


La Boheme-Che gélida manina

Logo que se despede dos amigos Rudolfo tenta trabalhar, nas não consegue concentrar-se. Batem à porta.é Mimi, uma vizinha que pede a Rudolfo uma luz porque a sua vela se apagara, quando subia a escada.

Seduzido pela beleza dela, manda-a entrar e ajuda-a a vencer um ataque de tosse e o cansaço da subida da escada que a leva a um desfalecimento. Oferece-lhe um copo de vinho após o que ela pretende retirar-se mas volta logo em seguida, porque terá perdido a chave da sua casa.

Os dois começam a procurá-la. Rudolfo encontra-a mas esconde-a.

A luz providencialmente apaga-se e na escuridão Rudolfo encontra e acaricia a mão gelada de Mimi.

O poeta conta-lhe então a sua vida, a sua pobreza, os seus sonhos e como os olhos dela exerceram um poder mágico sobre ele (Che gelida manina, se la lasci riscaldar).

Ele diz-lhe também, que, tem uma alma milionária, mas que por vezes do seu cofre roubam todas as jóias, dois ladrões, os belos olhos.

Porém não se incomoda com o roubo, porque em seu lugar apareceu a esperança, pede-lhe então que se apresente.

"Agora que já me conhece
falai vós, contai-me.
Quem sois ? Gostaria de dizer-me ?

Quanto ao protagonista nada a acrescentar é Luciano Pavarotti, Ileana Cotrubas.
Para ouvir clicar aqui