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segunda-feira, outubro 30, 2017

Trovador(O)-Algumas notas e memórias pessoais

A ópera IL TROVATORE, de autoria de Verdi, foi estreada em Roma no ano de 1853, no ano da morte da nossa rainha D.Maria II e foi cantada pela primeira vez no Teatro S.Carlos em 1854 (apenas um ano depois)

Um libreto de Salvatore Cammarano baseado num drama dum dramaturgo espanhol António Gutierrez

Até à data que assisti ao vivo no Coliseu dos Recreios em Lisboa no dia 11 de Abril de 1978, já tinha sido cantada no S.Carlos por 4 vezes,(após a sua reabertura ) e nunca por cantores de segunda categoria.

 Elencos compostos por Beniamino Gigli, Franco Corelli, Carlo Bergonzi, Gino Bechi, Sesto Bruscantini ou Piero Capupuccilli, não eram elencos de segunda em nenhuma parte do Mundo.

Desta vez também não Piero Cappuccili (Conde de Luna) repetiu a visita, a grande Fiorenza Cassotto (Azucena) repetiu igualmente a presença neste papel,. Trouxeram uma novata (quase)  Mara Zampieri( Leonora) e Vincenzo Bello (Manrico)  e o clássico (marido de Cossotto) Ivo Vinco (Ferrando).

As 5 vezes que referi esta ópera ter sido cantada em Lisboa, referem apenas as cantadas após a sua reabertura ,porque antes disso só no S.Carlos foi cantada mais de 40 vezes desde a sua estreia

Como sempre nessa  altura  embora em pequenos papéis havia sempre lugar  para cantores portugueses, foi o  caso de Lia Altavilla,Alcino Vaz, Alberto Silveira, Manuel Almeida.

A orquesta e o coro eram do Teatro S.Carlos


Trovador(O).Ah si bem mio-Di quella pira

O segundo quadro do 3º acto passa-se no interior de Castellor. Numa sala junto à capela, Leonora e Manrico preparam-se para se casar.

Ao ouvir sons de guerra Leonora fica apreensiva, comentando que o casamento desejado se apresenta sob maus auspícios (Di qual tetra luce il nostro imen risplende). Manrico acalma-a dizendo que todos os obstáculos serão removidos.

Entoa a sua ária "Ah si bem mio" de apaixonada beleza.

Ah sim meu bem, sendo
eu teu e tu a minha consorte
terei a alma mais intrépida
o meu braço será mais forte
Mas se na página do meu destino
estiver escrito
que devo ficar entre as vítimas
atravessado por uma espada inimiga
no meu último fôlego
o meu pensamento
estará contigo
e parecer-me-á que ao morrer
apenas te precedi no céu

Na capela ao lado ouvem-se os acordes dum órgão, enquanto os apaixonados cantam

"A onda dos sons místicos
desce pura até ao coração
Vem, o templo abre-nos 
as alegrias dum casto amor"

Este pequeno dueto antecede a entrada de Ruiz que lhe vem comunicar que Azucena havia sido presa e que "esse bárbaros já acenderam a fogueira"

Manrico decide então abandonar tudo para ir salvar a sua mãe, cantando a ária "Di quella pira"

Acabando por dizer

"Já era filho antes de te amar
nem mesmo o teu sofrimento pode deter-me
Mãe infeliz corro a salvar-te
ou pelo menos morrer contigo"

Partindo seguido por Ruiz e pelos soldados

Aqui a interpretação é de Vincenzo Bello o tenor que ouvi cantar esta ópera em 1978 obviamente que cantando-a com Mara zampieri



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